Estudada por especialistas britânicos após infectar quase 1.100 pessoas nos últimos dias, a nova cepa do coronavírus que tem se propagado no sul da Inglaterra já circulou pelo Brasil em abril.
De acordo com o pesquisador Julien Tang, da Universidade de Leicester, a mutação não é totalmente nova e também já foi observada na Austrália, em junho, e nos Estados Unidos, em julho. As informações são da RFI.
Devido ao alto número de contágios, a maioria dos países europeus adotou medidas mais duras de restrição para evitar o aumento do contágio durante as festas de Natal e Ano-Novo.
Os países também suspenderam voos e trens provenientes de países vizinhos.
A nova variante apresenta alterações genéticas. Uma delas interessa particularmente os cientistas: a mutação N501Y, que ocorre na sequência genética que codifica uma parte altamente sensível do vírus, a proteína Spike, o que pode fazer com que o vírus se torne mais infeccioso e se espalhe mais facilmente entre as pessoas, de acordo com a Agência de Saúde Pública Britânica.
O primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que embora a nova cepa Sars-CoV-2 seja até 70% mais contagiosa do que a anterior em circulação no país, “nada indica que ela seja mais letal, nem que cause uma forma grave da Covid-19 ou reduza a eficácia da vacinação”.
Desde o aparecimento do novo coronavírus na China, no fim do ano passado, inúmeras alterações no genoma do vírus Sars-CoV-2 foram identificadas em todo o mundo. O geneticista francês Axel Kahn fala em “300.000 mutações” em sua página no Facebook. Os virologistas têm o hábito de dizer que as mutações fazem parte da “vida normal” de um vírus. Algumas delas os tornam mais resistentes a tratamentos ou vacinas, enquanto outras não têm qualquer efeito nocivo, assinalam os especialistas.
Apesar da grande variação das mutações, o genoma do Sars-CoV-2 permanece relativamente estável, de acordo com pesquisadores e as campanhas de imunização não devem ser prejudicadas.
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