sexta-feira, 1 de julho de 2022

RN gera 46,82% da capacidade outorgada de energia elétrica, diz Aneel


 Parques eólicos no RN são os que mais geram energia no Brasil atualmente, segundo dados da Aneel.

O potencial de geração de energia elétrica no Rio Grande do Norte é um dos principais destaques da economia do estado nos últimos anos. Somente por energia eólica, o RN tem capacidade produtiva de 6,7 Gigawatts (GW) segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Muito disso por conta da localização geográfica, premiada com a passagem dos ventos alísios – importantes também para a produção salineira – que, segundo o geógrafo Rodolfo Alves Pena, são deslocamentos de massas de ar quente e úmido que se realizam de forma concêntrica em direção às áreas de menor pressão atmosférica das zonas equatoriais do globo terrestre.

E estes ventos que sopram em direção às zonas próximas à Linha do Equador interferem na economia do estado. Darlan Santos, presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia do Rio Grande do Norte (Cerne) aponta que estes ventos circulam em velocidade constante – média – e na mesma direção e tornam favoráveis a produção de energia. “Tudo isso impacta na produção e contribui para que o Rio Grande do Norte seja um bom lugar para a produção de energia eólica”, explica. Mas o potencial total do estado potiguar ainda está longe de ter sido totalmente explorado.

O papel do RN tem parcela significativa na geração de energia eólica no Brasil: o estado é o maior produtor no segmento em todo o país. Segundo um levantamento da Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração (SGC) da Aneel, são cerca de 37,3 GW de potência outorgada nas 14 unidades da federação que produzem energia por meio dos ventos. Mas, na prática, os números de potência fiscalizada pela Agência são diferentes do que o RN é capaz de produzir.

Vale dizer que potência outorgada corresponde àquela considerada pela Agência no ato de outorga para geração da energia elétrica. Já a potência fiscalizada corresponde à considerada a partir da operação comercial realizada pela unidade geradora. Em primeiro lugar, a Bahia tem potencial outorgado 12,5 GW e o RN fica em segundo com 11,5 GW. No entanto, o Rio Grande do Norte já gera 6,8 GW – 59% do outorgado – enquanto o estado baiano gera 6 GW.

O número corresponde a quase um terço de toda energia eólica produzida no país nos 824 empreendimentos já em operação. Em todo o Rio Grande do Norte, são 350 empreendimentos voltados à produção de energia; destes 222 estão em operação segundo os dados disponibilizados pela SGC. Dos 128 restantes, 50 estão em construção – o correspondente a 1,8 GW – e 78 ainda não tiveram as obras iniciadas, mas devem gerar 2,9 GW de energia.

Caso sejam consideradas outras fontes de energia como solar, hídrica, fóssil, biomassa e fóssil, a Aneel outorgou ao Rio Grande do Norte a geração de 16,3 GW de energia. Mas apenas 7,6 GW são produzidos atualmente, ou seja, 46,82% da capacidade total do estado. Os empreendimentos responsáveis por gerar os 53,18% restantes da outorga da agência reguladora ainda estão em construção ou não tiveram as obras iniciadas até o momento.

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